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segunda-feira, abril 26, 2010

Ensaio sobre a Insônia

Passar a noite em claro, em uma festa com os amigos: muito bom; passar a noite em claro, jogando, até os olhos lacrimejarem: muito bom; passar a noite em claro tentando dormir, lutando sem sucesso contra pensamentos e ansiedades que o dominam para, ao raiar do dia, finalmente o sono chegar, quando já não é mais bem-vindo: frustrante.

Uma parte do seu cérebro que descansar e a outra, agir, pensar. Por que elas não param de brigar e chegam a um consenso: metade do tempo de sono e a outra em atividade, e não ao mesmo tempo?

E por que as pessoas não se calam na rua? Você consegue ouvir o tique do relógio do outro lado da casa. Sente calor, sente frio, sente calor...

E, após aceitar que o direito ao sono lhe foi tomado, sente-se invencível, independente da necessidade de descanso. Capaz de fazer isso por dias? Após o café, certamente! Até a cafeína ser expelida do corpo e causar uma sensação de lixo insuportável. E após várias doses do líquido negro viciante, sentir que nada mais o manterá acordado. Um morto-vivo.

E lutar para carregar as horas de trabalho que faltam, que não serão tão produtivas, até o fim do dia. Como o tempo demora a passar quando se quer que ele passe rápido!

Mas, quando chegar em casa, a cama será sua por dez, doze horas. É tudo no que você pensa agora. E se arrasta na volta pra casa, como um barril de pólvora, um poço de irritação. Vê fadas e luzes ao redor, ouve vozes: seu cérebro te confunde. Embriaguez sem uma gota de álcool.

Em casa, finalmente. É doloroso ler, cansativo comer. Um banho e se deitar, afinal, vai ser tão fácil descansar hoje! E você precisa descansar. Você precisa dormir. E já passou duas horas se convencendo disso. Mas agora o sono se cansou de sua companhia e foi embora. E você não acredita no que está acontecendo.

E o que eu ainda estou fazendo acordado?

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